As casas fecham as pálpebras das janelas e dormem.
Todos os rumores são postos em surdina,
todas as luzes se apagam.
Há um grande aparato de câmara funerária
na paisagem do mundo.
Os homens ficam rígidos,
tomam a posição horizontal
e ensaiam o próprio cadáver.
Cada leito é a “maquette” de um túmulo,
cada sono um ensaio de morte.
No cemitério da treva
tudo morre provisoriamente.
(Poesias, p. 75)
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