conversando com irene

segunda-feira, 5 de abril de 2010

NOITE ( Menotti Del Picchia)

As casas fecham as pálpebras das janelas e dormem.

Todos os rumores são postos em surdina,

todas as luzes se apagam.

Há um grande aparato de câmara funerária

na paisagem do mundo.

Os homens ficam rígidos,

tomam a posição horizontal

e ensaiam o próprio cadáver.

Cada leito é a “maquette” de um túmulo,

cada sono um ensaio de morte.



No cemitério da treva

tudo morre provisoriamente.



(Poesias, p. 75)

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