conversando com irene

domingo, 7 de agosto de 2011

EM DESALINHO

Ainda assim pela manhã
Entre olhares nos amamos
Compreendidos no silencio do desejo,
A pele  a arrepiar com o doce e prolongado beijo.

Seu corpo é o mar que eu preciso
Pra me afogar nesse sorriso apaixonado
E me vestir  em sua pele,  me aquecer do seu calor
Feito criança a descobrir os seus pecados.

Mergulho então em seu suor
A  saciar em seu sabor,
Com gosto de amor sagrado.

Então me visto de você
Enfim eu posso entender os seus mistérios
Na linda flor dos seus delírios
A deslizar sobre seu corpo em jogo etéreo.

E esse instante de prazer
Você em mim eu em você,  somos magia
A transbordar dentro de nós
Em meio aos nossos lençóis em desalinho.
Você em mim eu em você
A desvendar nosso querer e  incendiar o nosso ninho.
Irene Cristina dos Santos Costa – Nina Costa, 07/08/2011
Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 07/08/2011
Reeditado em 07/08/2011
Código do texto: T3145538

sábado, 6 de agosto de 2011

QUARTO DE BRINQUEDOS

 

A menina que vivia no quarto de brinquedos
Aprendeu a ter medo de brincar de faz de conta
No dia em que eu cresci

Descobriu que entre seus risos e lágrimas
Tudo e nada não  é válido senão houver uma lógica explicação
Só porque eu cresci

Entendeu que seu casulo  de libélula em metamorfose
Pode ser maior que o mundo quando está feliz
E infinitamente pequeno quando sente solidão
Nas emoções que sinto depois que cresci

A menina quer suas bonecas, seus sonhos
Os brinquedos feitos de fantasia
Pra ali ficar  livre e inocente até dormir
No velho quanto da infância
Segura e protegida
Dentro de mim.


Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 05/08/2011
Enviado por Nina Costa, no Recanto das Letras, em 06/08/2011
Código do texto: T3143229

TEMORES





















A chuva copiosa molha a vidraça
E os meus pensamentos todos, embaça
Não sei se visto rosa, ou uma camisa de força
Se encharco com a chuva e espero que me torça
Se aguardo a  minha vez ou venço a timidez
Se conto até três ou e deixo que me dês mais atenção...

Enfim, o jardim molhado me convida
Assim, sem querer uma despedida:
_ Deite sobre o verde de meu lençol
Cante em minhas flores como o rouxinol
À espera do sol depois da chuva.
Delicie-se com o sabor de minhas uvas
Nos arredores do sacrário matinal...

Sou estátua de sal vestida de temores
Não sei ser feliz, não canto em flores
Não gasto meu latim com falsos pudores
Só quero que a chuva passe
E não embace mais meu coração.

  Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 06/08/2011
  No Recanto das Letras,
  Código do texto: T3142654

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

ELEIÇÃO

Elejo você dono do meu amor
Para gerir meus sentimentos e paixão
Administras minhas emoções e frenesis
Zelar pelo patrimônio de  meu coração
Realizar as obras que meu corpo precisa
Recolher  os impostos  de minha alma enamorada
Prestar contas toda noite em meu aconchego
Sem um tempo estipulado pra final de  mandato
Dou-lhe  livres poderes sobre a minha  pele
Mas se corrupto, desviar de mim o seu amor
Se sonegar os impostos dos meus desejos
E achar que está imune à lei da responsabilidade
Denuncio  meu ciúme ao ministério público
Faço  greve, faço um levante
Declaro seu  impeachment sobre o meu corpo
Não fico `a mercê de seus desmandos não
Realizo outra eleição...
Irene Cristina dos Santos Costa – Nina Costa, 03/08/2011
Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 03/08/2011
Alterado em 03/08/2011
Código do texto: T3137701