conversando com irene

quinta-feira, 20 de maio de 2010

ANALFABETO, ANALFABETISMO DIGITAL E ANALFABETISMO FUNCIONAL

(pesquisado na internet)

ANALFABETOS
Originalmente, chama-se analfabetos àqueles que não sabem ler e escrever. No passado, o aprendizado da leitura e escrita era restrito a poucos, ao clero basicamente. Mesmo a nobreza era repleta de analfabetos.
Na década de 50, a Unesco definia como analfabeto alguém que não consegue ler ou escrever algo simples, frases nucleares. Vinte anos depois, surgiu o conceito de analfabetismo funcional. Assim, as pessoas que sabem ler e escrever frases simples, mas que não possuem as habilidades necessárias para satisfazer as demandas do seu dia-a-dia e se desenvolver pessoal e profissionalmente representam uma parcela da sociedade denominada de analfabetos funcionais. Resumindo: alguém que não consegue entender direito o que lê.
ANALFABETISMO FUNCIONAL
Com o incremento participativo, vieram os analfabetos funcionais, aqueles que sabem ler e escrever mas não conseguem interpretar um texto, não assimilam sua mensagem.
Analfabeto funcional é a denominação dada à pessoa que, mesmo com a capacidade de decodificar minimamente as letras, geralmente frases, sentenças e textos curtos e os números, não desenvolve a habilidade de interpretação de textos e de fazer as operações matemáticas. Também é definido como analfabeto funcional o indivíduo maior de quinze anos e que possui escolaridade inferior a quatro anos, embora essa definição não seja muito precisa, já que existem analfabetos funcionais com nível superior de escolaridade.
ANALFABETISMO DIGITAL
Com a modernidade, surgiu um outro tipo de analfabetos, isto é, os analfabetos digitais. Será que é possível imaginar pessoas que se precise explicar o computador como máquina de escrever misturada com uma aparelho de televisão, e que não usa papel para guardar as coisas que nele se escreve? Apesar de parecer ser uma coisa impossível, porém há geração, que, com certeza podem necessitar desse tipo de “explicação”. Mas analfabeto digital é aquela pessoa que já reconhece o computador como uma máquina diferenciada de outros aparelhos, mas não sabe utilizar seus recursos, é a pessoa que não consegue entender o valor daquilo que aparece debaixo do cursor do seu mouse, é aquele que precisa ir ao banco todo mês para retirar seus proventos sociais e extratos do PIS, do FGTS, lidar com cartões magnéticos, senhas, etc.
Analfabeto digital denomina aquele que é incapaz de obter informações por meios da informática, ligadas à era digital, como a Internet ou qualquer outro meio ligado a computadores. Tipo de analfabetismo contemporâneo bastante comum em regiões que não possuem eletricidade e/ou suporte à rede mundial de computadores, porém há o caso opcional de desinteresse pela máquina por algumas pessoas que contam com fontes mais tradicionais de informação. Nas próximas décadas, espera-se uma expansão digital em todos os setores econômicos e culturais do globo, podendo causar exclusão social daqueles que não estão aptos a interagir com a informação digital.
PORCENTAGEM BRASILEIRA QUE SE ENQUADRA NO ANALFABETISMO DIGITAL E ANALFABETISMO FUNCIONAL.
Segundo o DR Jorge Marcio Pereira de Andrade – DEFNET
"...Não bastará que todas as escolas estejam conectadas, precisaremos de uma tecnologia educacional que não negue a necessidade do humano como seu principal objetivo, que não caia em uma falsa ilusão de combate às exclusões legitimando novas formas de desigualdades sociais. Em tempos de Sem-teto, Sem Terra, Sem Moradia, Sem Direitos estaremos todos numa atual sociedade excludente, e, portanto, podemos nos considerar também Sem Computador, Sem Informática e Sem Internet? Baseados no fato de que apenas uma pequena camada de população tem acesso hoje à Internet, ou seja, apenas 5% da população mundial, e apenas 2 a 3 % da população brasileira, teremos que nos abrir para a realidade do que se chama de “globalização”. O termo globalização pode ser visto como uma nova roupagem e maquiagem para o que o neoliberalismo vigente nomeia ao que se chamou de Capitalismo Mundial Integrado (CMI), desde a década de 80, termo criado por Guattari (1981, p 211), segundo o qual:

“O capitalismo contemporâneo é mundial e integrado, porque potencialmente colonizou o conjunto do planeta, porque atualmente vive em simbiose com países que historicamente pareciam ter escapado dele (os países do bloco soviético, a China) e porque tende a fazer com que nenhuma atividade humana, nenhum setor de produção fique fora do seu controle”.

Este modelo econômico, atualmente, é taxativo em afirmar que o maior capital atual é a informação, fazendo com que sua utilização acrítica torne-se semelhante ao que se faz com a alfabetização. Um processo semelhante a um Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) do passado, e não com um projeto de letramento de um cidadão. Ocorrendo uma produção de práticas apressadas de capacitação de educadores em informática, com discursos e projetos para um possível alfabetismo digital, e não com um projeto de letramento (digital) de um cidadão(ã).

Porém há também iniciativas para enfrentar, nestes tempos, tanto o analfabetismo funcional como o tecnológico, ao mesmo tempo. Vem sendo implantado e implementado, com participação de especialistas, lideres comunitários, cientistas e professores, através da Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo, SP, um programa chamado de MOVA Digital, numa linha de ação onde os educandos, moradores de comunidades de baixa renda, são os construtores ativos de conhecimentos, utilizando temas geradores de debate, como por exemplo: informação para todos X desinformação, dominação tecnológica X libertação tecnológica, comunicação X solidão e emprego X desemprego tecnológico. Conclui-se, então, mais uma vez, que esta exclusão digital está conectada diretamente ao que se chama de Desigualdade Social, e mais ainda ao que se chama de pobreza e miséria humana, todos aliados ao processo de mudanças no campo do trabalho e na manutenção do desemprego, como nos mostra Tiriba (2001, p.55):

“É importante desmitificar e mediatizar o significado do avanço tecnológico, já que as novas tecnologias de produção e gestão representam uma nova versão de controle sobre o trabalho alheio – agora de uma forma mais elegante e sutil. Embora favoreçam uma maior participação e o acesso do trabalhador a um saber mais amplo, a nova base técnica não terminou com a alienação do trabalho...”
Não há apenas excluídos/incluídos, continuamos na desigualdade, na relação dos on-line e os off-line, dos ricos em informação e dos que se pretende permanecerem pobres na informação. Prevalece, portanto, um consenso, reforçado a partir de 11 de setembro de 2001, que continuamos a transição para a sonhada Era da Informação, caminhando em um novo século sem as mazelas do anterior. Nossas duras realidades econômico - políticas e os conflitos, principalmente os belicosos, quase sempre nos países pobres de recursos tecnológicos, têm nos provado reafirmado este consenso, criando ainda, como nos diz German (2000, p. 113):
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quarta-feira, 19 de maio de 2010

QUE NOTAS SÃO ESSAS? ( Reflexão)

TEXTO 1: Charge
















TEXTO 2: Piada

O pai, ao ver o boletim do filho, comenta contrafeito:
__ Na minha época isso era resolvido com uma surra.
__ Legal pai! Vamos pegar o professor na saída amanhã?



TEXTO 3: Entrevista

Do mundo virtual à realidade escolar
por Ricardo Prado


Para o educador espanhol Antonio de Las Heras, as tecnologias da informação e da comunicação chegam às escolas “de fora para dentro”

Todo processo de inovação, algo necessariamente complexo, pode ser mais bem compreendido e explicado por meio de uma sugestiva metáfora extraída do mundo físico. Ao falar do que seria inovar dentro do ambiente escolar em uma das conferências do V Congresso Educared, realizado em novembro na Espanha, o professor Antonio de Las Heras, diretor do Instituto de Cultura e Tecnologia da Universidade Carlos III de Madri, resumiu esse processo em quatro fases: evaporação, condensação, precipitação e aplicação.

A primeira etapa, evaporação, indicaria aquele momento em que as ideias estão sendo formadas em diferentes cérebros, ainda de modos tão sutis e impalpáveis como os vapores que formarão as nuvens. Quando várias ideias se enlaçam em torno de alguma maior, gerando um fluxo de conhecimento, estamos na segunda fase da inovação, a condensação. Para esta etapa, afirma Antonio de Las Heras, o espaço virtual das tecnologias da informação e da comunicação (TIC) mostra-se um ótimo condutor de ideias condensadas, prestes a se precipitar. Se essa precipitação acontece, ou seja, se o fluxo de ideias é capaz de gerar ou aperfeiçoar um novo produto ou processo, entramos na terceira fase da inovação na escola, um lugar especialmente fértil para transformar vapores sutis em nuvens, e estas em chuva. Por fim, é preciso que essa precipitação, como a água represada em um canal, seja direcionada, para que a força gerada seja transformada em algo útil e inovador, como a água que se precipita entre as pás do moinho, gerando movimento. Esta é a derradeira fase da inovação, a da aplicação.

Antonio de Las Heras partiu desta metáfora para exemplificar como a internet inaugura novas possibilidades de invenção e renovação nos processos de ensino-aprendizagem. Ao término de sua conferência, concedeu entrevista a Ricardo Prado, na qual aprofundou algumas de suas observações sobre o uso das TIC na escola.

Carta na Escola: Por que as TIC ainda não fazem parte da formação inicial dos professores, seja no Brasil, seja na Espanha?
Antonio de Las Heras: Eu creio que o fenômeno atual das TIC incorporadas ao processo de educação tenha acontecido “de fora para dentro”, ou seja, seguiu por outros caminhos educativos que não os tradicionais do sistema escolar. Na verdade, as TIC foram impregnando a sociedade e, sem dúvida, os núcleos mais estruturados, até mais rígidos, como podem ser os sistemas educativos de formação dos professores, se revelaram menos porosos a essas influências, já fortemente presentes na sociedade moderna. Sem dúvida, nesse processo de apropriação das novas tecnologias por parte dos núcleos formadores de professores, acontecem algumas contradições importantes e, como você mesmo assinalou em sua pergunta, essas tecnologias ainda não se encontram incorporadas ao processo de formação inicial dos professores. É preciso estar atento para que não se reproduza aqui um desajuste entre o conhecimento que os alunos já possuem das TIC e o que os professores recebem em sua formação inicial, já que esse fenômeno vem se produzindo por porosidade, por derrame, desde a década de 1980, e não por uma iniciativa feita pelo próprio sistema, de cima para baixo. É por isso que a incorporação se dá dessa maneira bem mais trabalhosa.

CE: Às vezes a introdução da internet em sala de aula pode gerar um efeito perverso, apontado pelo sociólogo Manuel Castels na conferência de encerramento: o aumento da disparidade entre os melhores e os piores alunos. Como enfrentar esse risco?
AH: Por isso é importante interpretar a entrada das novas tecnologias da informação e da comunicação em sala de aula de forma especular. As TIC cumprem, seja em uma escola, seja em uma empresa, uma função especular: elas refletem, de maneira mais ou menos deformada, mas sempre amplificada, a realidade daquela empresa ou daquela escola. Se esse ambiente tem um desequilíbrio, uma desigualdade de qualquer espécie, essa imagem especular na qual a internet se mostra evidenciará isso. Portanto, é normal que, ao ser introduzida no ambiente escolar, a internet em um primeiro momento intensifique esse desequilíbrio. Mas, observe: quando nos colocamos diante de um espelho, nós próprios tentamos mudar a imagem que encontramos ali. Ninguém fica impassível diante de um espelho, ele sempre nos incentiva a mudar nossa própria imagem. Tentamos mudá-la, para adequar essa imagem àquela que temos como ideal. Portanto, é normal que a desigualdade entre os alunos de uma escola seja evidenciada pela internet; e, também, o que se espera é que, como toda imagem especular, ela nos incite a tentar suavizar essas diferenças, que sempre existirão.

CE: Quando a internet é introduzida no ambiente escolar, não se corre o risco de criarmos uma geração muito desatenta e dispersiva ou essa dispersão é inerente à entrada das TICs?
AH: O sistema educativo terá de criar novas formas para enfrentar esse desafio, que eu comparo com um migrante da zona rural que chega à grande cidade. As capacidades e as possibilidades que ele vislumbra ao chegar neste novo ambiente são imensas, mas o primeiro efeito que se produz nele é uma sensação de deslumbramento diante do cenário. É inevitável que ele se perca neste novo ambiente várias vezes, até criar o seu próprio roteiro, o seu mapa. Com o tempo, saberá que é preciso evitar determinados bairros, é preciso fazer este ou aquele caminho para atingir alguma meta, isso se vai adquirindo. Algo parecido acontece com a internet, que é como uma grande cidade e, neste caso, não há nativos ou migrantes: todos procedemos como esse migrante rural em um ambiente urbano. Todos tivemos algum tipo de medo, de desorientação, de desajuste ou de deslumbramento diante das imensas possibilidades dessa “nova cidade”. Mas penso que este é um processo normal nessa etapa de apropriação tecnológica ainda recente.

CE: As TIC também podem mudar a forma como se avaliam os alunos?
AH: Ela não apenas pode, mas deve mudar o formato da avaliação na escola. Porque se se mantém o mesmo sistema de avaliação que havia antes da introdução das TIC no ambiente escolar, estamos diante de uma contradição inaceitável. É preciso caminhar, progressivamente, rumo a uma forma de avaliação mais contínua e mais colaborativa. Isso deve acontecer na medida em que os professores introduzam outros elementos avaliativos mais relacionados a essas tecnologias, que guardam pouca semelhança com o formato da aula tradicional. Com isso, surgirá uma série de valores e de indicadores de avaliação, alguns colaborativos, e os alunos devem ter um seguimento de seus estudos que torne a avaliação uma parte essencial deles. Não me passa pela cabeça imaginar que, ao fim de um período letivo no qual se usaram intensamente recursos tecnológicos na aprendizagem, um professor pense em dar uma prova escrita tradicional, com perguntas e respostas. Seria um desperdício.

CE: No Brasil, uma pesquisa recente, feita pela Fundação Getulio Vargas, apontou como principal motivo da evasão escolar no ensino médio a falta de interesse pela escola. Na Espanha, a evasão na mesma faixa etária também é elevada. As TIC podem criar um atrativo para esse tipo de aluno reticente?
AH: Penso que sim, se entendermos as tecnologias da informação e da comunicação em toda a sua amplitude. Ou seja, é uma mediação tecnológica que em si mesma atrai os jovens, que inclusive possuem destreza e interesse em utilizá-la. Mas é preciso haver, por parte dos professores, uma concepção completamente distinta dos conteúdos e da forma como devemos trabalhar com eles. É preciso, antes de tudo, superar esse desafio pedagógico, de comunicação didática. É preciso compreender que esses conteúdos, dispostos na tela, não podem ser os mesmos que um livro e uma lousa podem conter, nem podem ser transmitidos da mesma maneira. Se há, portanto, um projeto pedagógico adequado por trás do uso das TIC no ambiente escolar, seu uso pode, sim, ser um fator de atração. Se não houver isso, será um atrativo muito superficial e não deve alterar esse quadro de evasão, já que o que é atraente hoje pode não ser mais amanhã. É preciso que a aula e o próprio sistema educativo estejam de acordo com o mundo em que vivemos. E esse não é um desafio apenas para os países mais desenvolvidos, que possuem uma infraestrutura de TIC mais desenvolvida. Seria aprofundar a diferença que já existe. Vale assinalar, também, que este é um desafio igual para todos os países, a despeito de seus desequilíbrios e carências tecnológicas.

CE: Há algum país que sirva de exemplo em relação ao uso das TIC na educação?
AH: Sempre recorremos aos países nórdicos como modelos, porque são os que melhor souberam integrar todos os fatores para que o uso de computadores esteja de fato integrado às escolas, e os resultados internacionais mostram isso. Aliás, prefiro falar nas TIC como fazendo parte de um processo de intervenção pedagógica que também leva em consideração outros fatores importantes na educação, como a infraestrutura material nas escolas e, tão importante quanto, a valorização social do professor. Apenas a instalação da infraestrutura não é garantia de presença das TIC no processo de ensino-aprendizagem, como vimos acontecer em algumas unidades autônomas aqui na Espanha, com resultados bastante desiguais. Ficou claro, por exemplo, que não adianta apenas prover classes, alunos e professores com laptops sem que o corpo docente tenha sido previamente preparado para trabalhar com eles, e sem que houvesse à disposição material especialmente preparado para esse fim.


TEXTO 4: Música

Pela Internet
Gilberto Gil
Composição: Gilberto Gil

Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleja ...(2x)
Que veleje nesse informar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut de acessar
O chefe da Mac Milícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus para atacar os programas no Japão
Eu quero entrar na rede para contatar
Os lares do Nepal,os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar...



TEXTO 5: QUE NOTAS SÃO ESTAS?
(Reflexão por Irene Cristina dos Santos Costa)



Na charge, o autor faz um paralelo entre o foco da educação do passado e da atualidade. No passado, a educação tradicional era focalizada no Professor, este, detentor de todo o saber, era o responsável por passar este saber ao aluno, que deveria absorver tudo como se fosse um jarro vazio a ser cheio sem questionar acerca do líquido (ou da substância, da matéria) que seria derramado dentro dele e, indelevelmente seu fracasso resultaria de sua incapacidade de aprender. Portanto todo o peso desse fracasso escolar e mesmo evasão recairia sobre ele. A indagação “Que notas são estas?”, apresentada na charge, era direcionada ao aluno uma vez que era sua a obrigação de se sair bem no ano letivo.
Na atualidade, na educação moderna, o foco volta-se para o aluno, que deixa de ser objeto da educação para ser senhor de sua própria aprendizagem. O professor por sua vez, vê-se desacreditado e desrespeitado, a figura do mestre deu lugar ao “fessô”. E sua autoridade não existe mais. Em muitos casos até, torna-se risco de morte determinadas atitudes que se tomam na escola com a pretensa intenção de “corrigir” alguma falha de alunos, uma vez que professores são agredidos nas escolas,__há poucos dias atrás, foi veiculado na mídia oficial que uma diretora tirou licença médica porque estava abalada psicologicamente porque um aluno à espancou na saída da escola __ essa é a realidade atual. O professor/educador tem a obrigação de fazer de tudo para aprovar o aluno, e a indagação “Que notas são estas?” hoje, recaem sobre o responsável pelo sucesso do aluno: o professor/educador. Se o aluno falha é porque o professor não sabe dar aulas e avaliar, e a turma é terrível e indisciplinada é o professor que não tem domínio de turma, enfim, sempre se procura um culpado, mas nunca se chega a uma solução.
Essa inversão total de valores polarizada em dois extremos é muito bem refletida na crítica disfarçada de humor vista na piada, quando há confusão entre a fala do pai e o entendimento do filho. E mais, revela de modo engraçado a marginalização e o total desrespeito a que chegou a classe docente.
Na entrevista ao educador espanhol Antonio de Las Heras, em que ele expressa sua opinião alegando que a criança não tem interesse pela escola e por isso não aprende, e as tecnologias devem fazer parte da realidade escolar, com as escolas reestruturando-se para assumir e utilizar em sua prática diária as novas tecnologias no ambiente escolar. A defesa da digitalização das escolar é uma proposta muito boa e o educador até cita as estruturas das escolas nórdicas como exemplos a serem seguidos.
De fato, nossos alunos querem navegar na rede e estar interligado no mundo todo através da internet é algo extraordinário, porém é muito fácil citar os países nórdicos como exemplo, com sua infra-estrutura perfeita, quando temos em nossa realidade escolinhas perdidas no interior da zona rural, onde professor e alunos têm que andar à pé para chegar, enfrentar poeira em dias de seca e barro em dias chuvosos, onde não têm sequer água e esgoto direito, muitas vezes nem carteiras e cadeiras suficientes para os alunos se sentarem, onde professor e alunos adentram temerosos que o teto lhes caia na cabeça. Tecnologias são supérfluas perto das necessidades gritantes que estes tem que enfrentar diariamente, e o professor ainda tem que aprovar todos, porque tem que apresentar índices positivos ao governo, senão não recebe “bônus de produtividade” (incentivo?).
Ou em outro extremo, a dura e arriscada aventura dos professores que atendem uma clientela que convive com a violência e o crime diariamente e portanto, não têm problema algum em refletir isso na sala de aula e/ou contra seu educador.
É interessante trazer as novas tecnologias para a realidade escolar, mas antes, deve-se proporcionar à escola condições de atender as necessidades primeiras dos educandos e do professorado. Seja em termos de prédio, mobiliário, material didático, mobiliário, recursos materiais, assistência psicológica, segurança. E dessa forma, quando houver de fato condições de se educar/formar cidadãos dentro da sala de aula, navegar na rede será um fator a se somar ao contexto do processo ensino/aprendizagem e verdadeiramente funcionará. Não adianta propôr as novas tecnologias pra dizer que nossa educação é digitalizada, se tentar solucionar os problemas gritantes das escolas de periferia, de interior, das escolas de populações ribeirinhas com uma infra-estrtura que não condiz com a proposta de informatização. Só assim home-page, website, internet, gigabytes, etc., deixarão de ser verbetes de um idioma desconhecido de muitos e será de fato algo de domínio de todos, ainda mais, será um objeto útil e valioso para a aprendizagem e avaliação dos alunos, desde que os professores recebam capacitação para utilizá-lo. Porque quem não quer navegar na rede?
Pelo menos um saldo positivo, quando os pais quiserem questionar as notas de seus filhos, poderão fazer a indagação ”Que notas são essas?” via email, e o único risco que o "fessô" irá correr é de um pai ou mãe enfurecido, mandar um víros letal que destrua a memória de seu HD...

AS MÍDIAS E TECNOLOGIAS NA ESCOLA NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

PROJETO:

O USO DE MÍDIAS E TECNOLOGIAS NA ESCOLA
NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL




Projeto apresentado à tutora presencial Maria Leida Lopes, e à não presencial Denise Rabelo e banca do curso de Educação Ambiental à Distancia oferecido pela Universidade Federal do Espírito Santo como requisito parcial para avaliação.



Ano:
2010

Local:
EEEFM “Antonio Acha” Rua Joaquim Leite Guimarães, Bairro Santa Terezinha, s/nº, Mimoso do Sul-ES, CEP 29400-000, Tel: (28) 3555 1353, Email: antonio_acha@hotmail.com

Idealizado por:
Irene Cristina dos Santos Costa
Email: ninamimosul@gmail.com ou ninamimosul@hotmail.com

Apresentação
• Este é um projeto pensado no intuito de estabelecer uma utilização adequada e profícua das mídias no âmbito escolar para a implementação efetiva e dinâmica da educação ambiental na escola em que atuo.

Justificativa
• Devido ao fato de as salas de recursos não serem utilizadas apropriadamente pela escola, uma vez que o professorado não tem domínio das habilidades e competências para estar usando as mídias e tecnologias adequadamente, e ainda, devido ao fato de a questão ambiental ser de suma importância à condição de vida do ser humano, este projeto visa trabalhar assuntos referentes aos problemas ambientais e ecológicos, primeiramente de modo global e finalizando com a realidade local e ações de sensibilização e atuações concretas frente à sociedade e autoridades vigentes. Para tanto, far-se-à, antes de mais nada, a ambientalização dos alunos à realidade das novas mídias e tecnologias na escola, propondo, não uma receita pronta de como trabalhar a educação ambiental com o uso das mídias e tecnologias, mas sugestões que podem auxiliar no planejamento do professor/educador comprometido com a formação integral do educando, uma vez que as salas de recursos devem ser melhor aproveitadas dentro do planejamento da prática didático/pedagógica, não só para as aulas de educação ambiental, mas para toda e quaisquer outras “áreas” do saber.


Tema da Proposta
• Utilização da Internet, máquinas fotográficas, câmeras filmadoras ou celulares, Power Point, DataShow, aparelho DVD, na implementação da Educação Ambiental;
• Sistematização das aulas com uso da Mídia e da Tecnologia, propiciando uma forma organizada de ensinar e aprender, motivando para a construção da consciência ambiental e ecológica com o uso dos recursos tecnológicos e as mídias disponíveis na escola.
Objetivos
• Utilizar a Internet para complementar os conteúdos da aula em pesquisas e resumos;
• Planejar a aula com uso das mídias e das tecnologias, propiciando uma forma organizada de ensinar e aprender;
• Registrar fatos relacionados ao tema da aula através da utilização de máquina fotográfica e câmeras filmadoras ou de celulares por mim e pelos alunos;
• Utilizar o Power Point (programa de software) para criar slides para uma apresentação do trabalho realizado, junto às outras turmas;
• Estruturar as aulas partindo de objetivos pontuais e significativos Educação Ambiental para motivar a aprendizagem e construir conhecimentos a respeito do tema a ser trabalhado;
• Possibilitar que o processo de aprendizado e construção do conhecimento aconteça de forma colaborativa e interativa com o aluno sendo o protagonista em busca da construção de seu conhecimento;
• Sensibilizar quanto à necessidade de ações para minimizar os impactos ambientais em nosso município;
• Promover, de modo inter e transdisciplinar, a educação ambiental na escola estendendo seus efeitos a toda a comunidade escolar e à sociedade;

Problema

• Na maioria das Escolas onde se encontram as salas de recursos, observa-se que um dos maiores problemas a ser resolvido é, sem dúvida, a falta de planejamento do professor quanto ao uso apropriado da Internet e do computador e demais tecnologias para complementar os conteúdos de suas aulas, por não possuir as habilidades e competências quanto ao uso adequados destes recursos. O maior dilema é: como evitar que os alunos não acessem, por exemplo, sites que não têm a ver com o assunto abordado ou a falta de interesse dos alunos quanto à aprendizagem no método convencional. Há ainda um outro aspecto também muito relevante, que é a apatia e o descaso em relação às questões ambientais.
• Neste projeto pretende-se abordar estes problemas e evidenciar que com um bom planejamento relacionando mídias, tecnologias com os conteúdos a serem trabalhados é possível tornar as aulas mais interessantes para os alunos, motivando-os para a aprendizagem, assim propiciando o desenvolvimento de novas situações pedagógicas que também promovam a educação ambiental.

Público a ser envolvido

• O projeto a ser realizado nas séries/anos finais do Ensino Fundamental na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Antonio Acha”, no turno vespertino, a comunidade, outras escolas do município.

Abordagem Pedagógica quanto ao uso de Mídias na Educação Ambiental

• Indubitavelmente, de acordo com Borba & Penteado (2001), a Internet e o computador abrem possibilidades para novas abordagens metodológicas na Educação, de abordar um tema novo e instigar a curiosidade da sala. O professor deixa de ser o centro das informações para o aluno. Revelam-se como desafios para os professores e para o processo de ensino e de aprendizagem, ao possibilitarem o desenvolvimento de novas situações pedagógicas e descortinarem toda uma gama de informações numa dinâmica incrível. Nesse sentido, espera-se motivar os alunos trabalhem em grupos na investigação de determinados assuntos e que esse trabalho envolva também a colaboração de pessoas que estão distantes geograficamente da escola. Ainda, segundo o pensamento de Borba & Penteado (2001), as mídias e tecnologias lançam ao aluno a possibilidade descobrir que é capaz de superar desafios e ir a busca do conhecimento, perceber que é criativo e que pode contribuir com um grupo. Para Morin (2000) o conhecer e o pensar não é chegar a uma verdade absolutamente certa, única, mas dialogar com a incerteza. Ainda, de acordo com Kampff & Dias (2004) pode-se dizer que é na pesquisa, na seleção e na síntese dessas múltiplas informações que o educador torna-se indispensável, como mediador e facilitador do processo de construção do conhecimento. Assim, é fundamental que ele conheça as possibilidades e domine os recursos da multimídia, para que o conhecimento seja visto como um processo contínuo de pesquisa e múltiplas interações que venham repercutir na real aprendizagem dos alunos. A nova concepção de professor está relacionada com o perfil de um orientador, facilitador do processo, que aprenda a repensar suas sínteses, a tomar atitudes provisórias, permanentemente, refeitas mediante perspectivas e resultados obtidos com a utilização da tecnologia e dos recursos multimediáticos por ele oferecidos (MORAN, 1997).

Cronograma

• Espera-se a concretização deste projeto no decurso de um trimestre, com possibilidade de se estender no decorrer de todo o ano letivo, realizando-se as devidas adequações aos temas a serem abordados (água, fogo, terra, ar, aquecimento global, efeito estufa, erosão, etc)

Recursos materiais: Mídias e Tecnologias a serem utilizadas

• Para concretizar o presente projeto pretende-se utilizadas as seguintes mídias e tecnologias: Internet, programa de softwar Power Point, computador, máquina fotográfica, câmeras filmadoras e/ou celulares, DataShow, aparelho DVD, documentário, entre outros, impressora, papel A4, TV Câmara e Rádio Difusora local.
Recursos humanos:

1. Aluno: pesquisador e construtor do seu conhecimento, administrador do seu tempo e das suas competências para a formação de sua cidadania consciente de sua responsabilidade frente aos impactos sócio-ambientais e ecológicos tornando-se acima de tudo um multiplicador da consciência ambiental e ecológica para a sustentabilidade;
2. Professor: o mediador e facilitador do processo de construção do conhecimento; motivador para a sensibilização dos alunos promovendo a construção de uma atitude ecológica;
3. Pessoas da comunidade: Prefeito, Secretário da Agricultura e do Meio Ambiente, a população dos locais visitados nas pesquisas de campo e entrevistados, alunos de outras escolas.

Metodologia de trabalho / dinâmica da atividade:

• Ler em sala de aula textos cujos temas sejam referentes à questões ambientais;
• Assistir a um documentário, na sala de vídeos relativo ao tema abordado;
• Pesquisas na Internet artigos referentes à questão às questões ambientais;
• Realizar entrevistas junto a pessoas de localidades que apresentam problemas ambientais dentro do município;
• Fotografar e filmar para registrar fatos relevantes ao trabalho;
• Elaboração de uma apresentação no Power Point com o resultado das atividades supracitadas;
• Efetuação de um Seminário final;
• Sensibilização ambiental de toda a comunidade escolar, bem como da sociedade em si com anúncio dos eventos na TV Câmara e Rádio Difusora local (Rádio 87.9FM) sobre a panfletagem, a caminhada e passeio ecológico.

Proposta de ações a serem realizadas:

• Expor à turma o projeto a ser desenvolvido, promovendo a sensibilização acerca do tema através do documentário que será passado na sala de vídeo da Escola. O tema em questão será relacionado aos impactos ambientais negativos. Intermediando ao vídeo, o educador deverá ressaltar aspectos importantes a serem observados. Depois deverá ser realizado um debate, reflexão sobre o vídeo assistido.
• Após organizada em grupos a turma, o professor deve pesquisar se todos dominam o uso do computador e da Internet, se conhecem os sites de busca, bem como se todos possuem essa máquina em casa. Deve ajustar os alunos que não tem em casa este recurso ajudando-os ( nesse momento entra a experiência e o conhecimento do educador e o auxílio do auxiliar do laboratório de internet). Deve ressaltar a necessidade de filtrar as informações recebidas nos sites de pesquisa. Em seguida, ir até o laboratório da escola para exemplificar e solicitar que efetuem nos devidos grupos uma pesquisa na Internet sobre os impactos ambientais negativos que estão atingindo o município, o estado o pais. E em seguida, realizar os resumos em grupo.
• Propor que procurem procurem a prefeitura de Mimoso do Sul, mais precisamente a Secretaria da Agricultura e do Meio Ambiente para entrevistar prefeito e secretário sobre os principais impactos ambientais negativos que ocorrem no nosso município.
• Depois das entrevistas, balizados pelos dados colhidos nelas, cada grupo ficará encarregado de um dos impactos observados e terão que localizar, registrar através de fotos, vídeos esses problemas ambientais dentro do município, bem como entrevistar os moradores dessa redondeza. Deverão utilizar a Internet para realizar a busca de mais informações (se julgarem necessárias).
• Após as entrevistas, pesquisa de campo e os relatórios, será efetuado o planejamento da apresentação desse estudo que deverá ser realizada através do programa de software Power Point. Para tanto os alunos serão dirigidos novamente ao Laboratório da escola, para a explicação do funcionamento desse software. Os alunos terão um tempo previsto para a criação do vídeo onde apresentarão os passos, as conclusões obtidas e as sugestões para minimizar os impactos ambientais negativos do município. Após a apresentação de todos os grupos deverá realizado um seminário para aprofundarmos sobre o tema pesquisado, observando a validade do trabalho, avaliando pontos positivos e negativos da metodologia empregada, dos recursos utilizados, e também o levantamento de sugestões para os próximos estudos.
• Promover uma apresentação dos vídeos produzidos para as outras turmas da escola tendo o Prefeito e o Secretário da Agricultura e do Meio Ambiente ( é uma secretaria uma aqui em Mimoso do Sul) e demais autoridades que queiram prestigiar o projeto, multiplicando assim a importância da utilização das mídias e tecnologias a favor da educação e da conscientização ambiental. Finalmente, promover passeata e panfletagem para sensibilização da comunidade, apresentação do projeto em outras escolas tanto da rede Estadual como Municipal.

Avaliação

Ao término do projeto por professor/educador e alunos.






Referências Bibliográficas

AGLIO, F.(org) . As redes como novo paradigma. Rio de Janeiro: Wak,
(no prelo) 2008.

AMARAL, Viviane. Redes organizacionais: conexões. Disponível em < www.rebea.org.br >. Acesso em 15 nov. 2006BORBA, M. C.; PENTEADO, M. G. Informática e Educação Matemática. 2. ed. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2001.

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domingo, 16 de maio de 2010

QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS E SOCIOECONÔMICAS EM MIMOSO DO SUL/ ESPÍRITO SANTO

1 - Problemas socioambientais em meu município/estado:
Em relação às áreas rurais:
• Observa-se que a monocultura do café nos morros, muitas vezes não sendo efetuado o processo de curva de nível e/ou a aragem do solo realizada de modo adequado e ainda, tendo como um agravante as queimadas nos períodos de estiagens, o PH do solo se torna desequilibrado e propício à erosão, o que pode, futuramente, tornar-se fator para desertificação dessas áreas cultivadas. Isto revela-se na história da monocultura do café em todo o Espírito Santo e em Mimoso é algo extremamente relevante, uma vez que este município já fora no Passado um dos maiores produtores cafeeiros do Estado, e se destacou ainda mais com o advento da Ferrovia Santa Leopoldina, Localizada na sede, onde e se embarcava o produto trazido pelas tropas em lombos de burro ou carros de boi.
• O desmatamento próximo às nascentes dos rios, __como se observa em Conceição do Muqui (e em outras localidades altas e de florestas no Município)__, em muitos casos para exploração madeireira e aproveitamento destas áreas para agricultura tem se revelado com sério problema em relação à diminuição do volume de água. E os veios de água que se juntam para formar o Rio Muqui do Sul tem secado rapidamente com o decorrer do tempo, sem contar o fato de que os pesticidas, adubos químicos utilizados dessas áreas próximas às nascentes contaminam o solo e podem chegar aos lençóis freáticos, contaminando também os reservatórios naturais de água potável. Por isso que se vê, muitas vezes casos de doenças provocadas pelo consumo da água de poço ou de nascentes. considerada pura é limpa.
• Nos períodos de chuvas, estas área desprotegida de sua vegetação original, com as enxurradas, desbarrancam assoreando ainda mais o leito dos rios, que transbordam causando as tão conhecidas enchentes. Esse aspecto é agravado ainda mais pela construção das habitações ribeirinhas que, como se observa principalmente na sede do município, seja como forma de aproveitamento e alargamento de suas propriedades (isto em relação às pessoas mais abastadas) ou como única opção de moradia (no caso da população carente), há o estreitamento do espaço que seria originalmente destinado ao leito do rio e quando as águas da enchente vêm, exigem o que lhe era garantido pela natureza, sem contar que Mimoso do Sul (sede), geograficamente é um vale, cercado de montes por todos os lados e a confluência das águas nos períodos chuvosos este vale, faz com que consequentemente as inundações aconteçam e consequentemente as pessoas perdem tudo o que construíram.
Obs.: os mais antigos afirmam que há ainda um fator agravante para a questão das enchentes: o fato de o principal rio que corta a cidade ter sido desviado na área do centro da cidade pegando da Praça principal ( Praça Coronel Paiva Gonçalves), passando pela Praça das Mangueiras até a saída para o distrito de Santo Antônio.
Em relação à áreas urbanas:
• Devido, um pouco à mecanização das lavouras, a desvalorização das lavouras de café e a opção pela criação de gado, e de grandes áreas de pastagens, permanência do homem no campo ficou difícil, e isso acarretou o êxodo rural e o inchaço dos centros urbanos. No Espírito Santo não foi diferente do que se deu em São Paulo e Rio de Janeiro, e esse fator desencadeou o crescimento urbano desordenado em torno das zonas industriais em expansão, deu origem às favelas nas zonas periféricas e morros das principais cidades, sem infra-estrutura, sem saneamento e abastecimento de água tratada adequado, muitas vezes erguidas sobre aterros sem a menor segurança.
• Esse grande aglomerado de massa humana que se tornou os principais centros urbanos (as metrópoles) tem acarretado o aparecimento de um preocupante aumento dos índices de poluição, uma vez que a industrialização, o progresso e o consumismo trazem como conseqüência desses sistema capitalista maior industrialização, maior consumo de produtos fabricados e industrializados e por fim, maior produção de lixo e dejetos, revelando-se em índices cada vez maiores de poluição, em suma cria-se um modelo de desenvolvimento que não leva muito em conta o equilíbrio da natureza, mas o lucro.
Com o passar do tempo, o sistema capitalista habituou-se a ver a natureza como enorme deposito de recursos naturais, isto é, matérias-primas e fontes de energia com grande valor comercial, e em Mimoso do Sul, apesar de ser um lugar de porte agrário, também não escapou dessa faceta do desenvolvimento da humanidade, Uma vez que suas atividades econômicas (agricultura e pecuária, mais especificamente) tem comprometido a qualidade das águas do dos rios e nascentes, bem como contaminado o solo com agrotóxicos e pesticidas. A produção de esgotos domiciliares, lixo e diversos tipos de resíduos, que são lançados em rios também são fatores agravantes, como exemplos disso, no final da Rua das Mangueiras, indo para a localidade de Água Limpa e Belmonte, havia um lugar conhecido como Prainha onde se tomava banhos e se fazia piqueniques, no passado, e hoje no local só há bancos de areia e um filete de água poluída e suja.Também o local conhecido como Mina, com cachoeiras , piscinas naturais de água (no Bairro do Funil) onde uma grande parte da população ia se divertir, atualmente encontra-se contaminada pelo esgoto proveniente do loteamento Santa Marta.Percebe-se assim, que tanto as águas superficiais quanto as dos depósitos subterrâneo nos aqüíferos em vários pontos do planeta são atingidas pela combinação advinda de tanto fatores naturais e humanos (socioeconômicos): secas prolongadas, elevado crescimento demográfico e uso irracional, que gera desertificação e salinização. A degradação do solo geralmente é causado pela associação de fatores climáticos, como a seca ou o excesso de chuvas, com praticas predatórias, tais como: desmatamento de extensas de florestas; agropecuária intensiva que utiliza agrotóxico em larga escala; mineração em grandes áreas; e esses fatores estão presentes também em Mimoso do Sul. Determinadas atividades destroem a cobertura vegetal natural do solo, deixando-o expostos a ações intempéries, como o vento e a chuva, que desgastam o solo. Com o tempo, o processo erosivo evolui e a rocha bruta chega a ficar exposta em grandes trechos, impossibilitando a recuperação da área. Nesses casos, ocorre a desertifica. Assim, entende-se que para evitar que isso ocorra em Mimoso do Sul há a necessidade de formação de novos valores e atitudes, de democratização dos saberes, de ações e posturas que configuram o exercício da cidadania de fato e de direito, e mais, garantir a qualidade de vida para a presente e para as futuras gerações. O que venha mante r o jovem do campo no campo, desenvolvendo uma atividade agrícola sustentável, primando pela qualidade de vida, porque de outra feita, Mimoso do Sul, assim como muitas cidades de interior, vão acabar se tornando cidades asilos, onde só vivam os idosos, e a força jovem inexista quase ou totalmente. E a natureza por sua vez também fique inóspita para vida humana em um futuro breve.

2. Como era a região onde moro há 30 anos atrás, como é atualmente e como deverá ser numa perspectiva para daqui à 30 anos.
Há trinta anos atrás, a região onde moro, meu município em si, era um lugar com menos casa, a maioria da população se concentrava no campo, os montes eram cobertos por vegetação natural (capim cipó, capim gordura e árvores, vegetação rasteira) bem como lavouras de café. As ruas eram estreitas e de chão batido, com aspecto típico de cidade de interior, casas simples, e pequenas vilas, No interior, prevaleciam os casarões ( no caso dos fazendeiros) e vivendas de pau a pique, em se tratando dos empregados, não havia supermercados, somente armazéns e botequins. A vida era pacata tal como é a vida em cidades de interior, com as crianças se reunindo pra brincar de roda, de queimadas, de bandeirinha, etc, e os pais se ajuntando no final da tarde para papear e cantar modas de viola. Tempo bom, de fato. Porém, desde que o mundo é mundo, inevitavelmente, vem acontecendo as “transformações” E como não poderia deixar de ser, no lugar onde mero ocorreu muitas mudanças também. O lugar onde moro atualmente ( Rua Maria Josefina de Rezende, Bairro Serra), que não difere do lugar onde passei minha infância (Rua Nominato Paiva, Bairro Funil), que onde moro hoje, foi um foi um lugar que servia de caminho principal entre o Distrito de São Pedro e s Sede, onde portanto era a via de passagem de gado bovino e caprino, de tropas de burro e carroças, igualmente como no Funil, os montes e pequenos morros eram cobertos pela vegetação natural ou por lavouras de café, atualmente são ocupados por casas. No local do antigo lava pés, hoje existe um açude e no morro ao lado o “II Parque de Exposições” onde se promovem festas, rodeios, encontros de cavalgadas ( o I Parque acabou, e atualmente é um bairro com muitas casas). Atualmente, a Serra acha-se com um número muito grande de moradias construídas e toda uma área que era pertencente aos remanescentes das famílias Leite e Paiva, se tornaram em loteamentos. Não se pode dizer que tais mudanças não tenham causado nenhum “estrago” à natureza (somente o necessário para residir bem neste local). Mas acredito que para o futuro, seria necessário projetar um crescimento ordenado do bairro, estabelecer um controle maior da organização das ruas e construção de casas, porque, caso contrário, daqui à 30 anos, a cobertura verde local estará deveras comprometida, o rio que corta o bairro, antes caudaloso e hoje apenas um filete, terá desaparecido ou estará morto pelos detritos e esgoto lançados nele.

3 – Perspectivas de o que eu e meus alunos podemos fazer em termos de ações para a sensibilização da população mimosense em relação às questões ambientais e ecológicas.
Podemos tentar sensibilizar as pessoas quanto seu compromisso pessoal com relação ao nosso meio ambiente e às questões ecológicas. Sabendo que a construção de valores se dá paulatinamente e deve começar, na realidade, dentro de cada um de nós. Não posso querer mudar o mundo se antes não mudar dentro de mim, e é exatamente isso que espero poder transmitir a meus alunos, uma vez sensibilizados nesse sentido, podem sensibilizar suas famílias, seus amigos, etc., e compreendo que estar sensível às questões ambientais e ecológicas representa lutar cotidianamente contra hábitos arraigados dentro de nós gerações após gerações, formando os automatismos ( o jogar, sem perceber, lixo no chão, por exemplo). A educação ambiental apesar de já ser falada há algum tempo, é algo extremamente novo para nós, e precisa ser incorporada no pensamento coletivo, mas isso não se dá de uma hora para outra, demanda disposição em plantar uma semente hoje, sabendo que não seremos nós quem a iremos colher.