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quinta-feira, 18 de março de 2010

O ensino da língua é necessário em todas as disciplina? (Por Irene Cristina)

O ensino da língua é necessário em todas as disciplina?

Refletindo sobre o artigo do Físico e Pedagogo da USP, Luis Carlos de Menezes “A língua em todas as disciplinas” observa-se que seu autor afirma que a aprendizagem começa desde os primeiros momentos de nossa vida, e que a leitura e a escrita vem reforçar o que trazemos de bagagens anteriores, porém esta, se dá de forma sistematizada e criteriosa.
Como todas as disciplinas perpassam pelo estudo da língua, uma vez que não se pode entender um texto de história, ou de geografia, por exemplo, se o indivíduo não souber ler ou interpretar. Ou como conseguir abstrair um problema matemático ou de química sem domínio da língua? É exatamente isso que procura argumentar Luis Carlos de Menezes em seu artigo, a fundamental importância que deve ser dada ao estudo da língua como produtora de possibilidades de aprendizagem em todas as disciplinas. É necessário que todos, indistintamente, saibam conhecer e reconhecer as linguagens contidas dentro de um texto e, consequentemente, procurem explora-las de forma a produzir a aprendizagem em seu sentido pleno.
Analisando sob esse aspecto, a língua deixa de ser uma responsabilidade única e exclusivamente destinada ao professores da área de linguagens ou de língua portuguesa, mas de todos os educadores, uma vez que todos se utilizam dela de alguma forma na sala de aula. Portanto, deve –se parar de estereotipar o estudo da língua de forma estanque, limitada a apenas uma área do saber (aulas de português) e a formas gramaticais e/ou estilísticas limitantes.
Numa óptica holística do saber, a escola deve ser fomentadora de condições propícias a uma dinâmica global de ensino e apreensão da língua desenvolvendo em todos os sentidos as competência s de leitura, interpretação, reflexão e escrita. Há que se lembrar também, que leitura não é meramente um processo de decodificação, mas a capacidade de ir além do dito, nas muitas leituras que se pode fazer além da inocência rasa de um texto (seja numa aula de Ciências, História, ou de Matemática, por exemplo), e o educador, atento ao seu papel, deve buscar condições de realizar isso individualmente (em seus estudos pessoais) e na coletividade, diz Luis Carlos de Menezes ao citar Paulo Freire. É dessa relação consigo mesmo e com o outro, que o educador vai “construir” sua experiência no trato da língua em sua área ou disciplina afim. É também a partir desse princípio que o educador pode compreender que, se o aluno consegue se localizar em um mapa( leitura de mapa), assinalar locais por onde passa ou pontos de referencia, elaborar um texto expressivo em relação a esta tarefa, realizar na aula de Artes uma maquete desse local, compor para encenar uma apresentação teatral ou um texto descritivo sobre os principais aspectos desenvolvidos neste estudo; se for capaz de destacar fatores relevantes sobre a hidrografia e topografia da região, se conseguir ver as influencias sobre a vida e as modificações no ambiente ocorridas com a presença do ser humano nesta região,etc., é porque teve domínio das competências de leitura, interpretação, intertextualidade e escrita no uso de uma linguagem.
“A escola deve trocar o círculo vicioso – em que o despreparo na língua dificulta a aprendizagem de outras matérias e perpetua despreparo – por um círculo virtuoso – em que a leitura e a escrita melhorem em todas as áreas e ajudem na aprendizagem de qualquer conteúdo” (Menezes). Para isso o educador deve procurar ser um poliglota dentro de sua língua materna, seja este atuante em língua portuguesa ou nas demais áreas, e mais, procurar estar em contínua atualização e lançando mão disso em sua sala de aula; porque é comum sempre ouvir educadores queixando-se de que seus alunos não conseguem ‘ler” ou leem consideravelmente mal, procurando sempre um vilão para o problema, relegando ao professor de língua portuguesa o papel de realizar o milagre da solução instantânea do mesmo.
Todavia, há que se lembrar que, numa escola que prima pela qualidade do ensino e vê seu aluno como um ser ‘total’, a responsabilidade deve ser de todos, e mais, não se pode esquecer das novas tecnologias, que precisam ser apreendidas, absorvidas e incorporadas pela escola não com algo que atrapalhe, mas que soma, uma vez que no mundo virtual, há toda uma linguagem e comunicação... portanto, fica a pergunta: porque não usar os recursos da internet a favor da aprendizagem? E as Músicas? E as poesias?..., o processo de alfabetização e letramento deve ser contínuo para as muitas formas as quais a a linguagem se apresenta (entenda-se alfabetização e letramento como apropriação da língua em seus vários aspectos, em suas múltiplas formas de linguagens).
E, por ser um processo contínuo, o educador deve ter a noção de que ele, não apenas seus alunos, está em permanente aprendizagem, portanto, a equipe docente necessita sempre da intervenção pedagógica, e os educandos, da intermediação do educado

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