Helena
Por ironia ela surgiu olhando pra mim, ainda perdida, procurava algo que iria ajudar o seu primeiro amor. Sua singeleza chegou a mim antes de palavra alguma exclamar, sua simplicidade me deixou nu e sua humildade fez comprometer-me com o nascer de algo abstrato e inexplicável.
Sua pele clara fez-me lembrar o nascer de um rio que se estende num percurso não muito extenso mais necessário em curvas que se misturam com um tom rosado e macio que expressam o místico e a loucura de um prazer sem culpa e sem maldade.
O seu andar incita o meu ser a ordenarem os meus olhos o inicio de uma incessante súplica por um movimento mais comprometedor ou até mesmo involuntário.
Suas torres vermelhas e rígidas despertam uma curiosidade medonha em quem a viu passar. Isso se deve a uma beleza deslumbrante do volume que elas fazem embaixo do invejado algodão.
O seu véu negro como o ébano em vezes seu olhar esconde, quem sabe por medo de se declarar a quem um dia a fará sofrer; Ou receio de demonstrar seu pudor em meio uma multidão de olhares de cobiça, enlouquecidos com o aroma de sua essência doce e perturbadora que deixas no ar e que o esnobe vento espalha criando assim um lamento de uma imensidão de espíritos fracos que nunca conseguirão escalar os altos cumes de sua feminilidade esculpida pelas mãos geniais do todo poderoso. Por isso vivem a espreitar somente um deslize seu para causar em sua alma o amargar do arrependimento.
Numa expectativa me envolvo em algo muito brilhante como a luz do sol quando cai no cristal algo sereno que transmite o que existe dentro dela, era o seu sorriso...
Áh! Como eu a quis quando a vi chegar, sua fragrância invadiu minhas entranhas num resgate de algo bom que a muito não sentia; um cio sem maldade um sentir sem mácula um querer sem pudor;
Não há quem não a deseje oh helena! O que será que me espera ao me aventurar em cumprimentar-lhe será que seria merecedor de uma saudação sua, ou morrerei com tal dúvida ao duelar com o imprevisível.
Suas mãos quão belas são! Feliz seria se algum dia fosse tocado por elas. O seu andar é um acalanto para minha íris, pois jaz cansada do artificial; O seu hálito é agradável ao meu olfato, e faz me lembrar a hortelã nova colhida nas manhãs de inverno e a erva doce fresca que minha respiração ofegante acalma.
Quisera eu ter um jeito de herói para vencer essa dor que sem culpa me aferiu; Ou quem sabe um bandido para te presentear com um por do sol roubado ou um mago para lhe oferecer um luar das noites de lua cheia e até mesmo enfeitaria seus cabelos com a luz das estrelas se um surpreendente mágico eu fosse, só para em troca receber um carinho seu.
Óh Helena! Quando a vi logo te amei sem um envolvimento sequer; Somente te amei, amei a sua existência, amei, pois morreria se nunca te encontrasse te amei incondicionalmente e te amaria mesmo que fosse apenas uma lenda e se sua existência se desse no passado amaria somente a sua lembrança! Quisera eu poder provar das delicias agradáveis escondidas em seus beijos uma mistura do profano o sagrado o genuíno e o imaculado! Certamente me viciaria e morreria se algum dia ficasse sem eles... Oh! Como eu sonhei deslizar em seu ventre depois de me elevar ao pico de suas duas torres rosadas e rígidas e suga-las com tanta gula como um faminto saboreia uma iguaria rara e inestimável até sentir o gosto do suor do teu espírito e me fartar de um prazer inigualável, em seguida tocar sua alma com uma pura e límpida ousadia sem intenção de provocar a dor causada pelo meu atrevido e teso membro e jaz esquecida superada pelo gozo causado por estocadas simultâneas em vezes calmas e doces e em outras fortes e intensas a fim de nos saciarmos até não termos mais forças e nos entregarmos ao sono.
Óh, como eu sonhei chupar suas entranhas e me deliciar com o gosto de sua alma escorrendo em meus lábios matreiros e inquietos implorando para que o tempo pare e eu sinta a vibração e o calor que sai do seu interior eternamente; E num balbuciar muito ofegante sentir um coração palpitante e o estremecer do teu íntimo jaz desnorteado e perceber as contrações descontroladas de sua fresta ensopada do suor de nossas almas e por fim ter que segura-la, pois suas pernas tremulas já não suportam o peso do seu corpo farto cansado e indefeso.
Ah! Se ela soubesse o que eu faria para tela em meus braços por apenas um instante; Certamente se findaria o ardor que jaz em meu peito mais inevitavelmente seria cercado pela dúvida de que eu seria o único a ter a honra de Tocá-la como deve e merece ser ou o desejo me envenenaria por não ousar tentar?
Será que minhas falhas te entregariam a cobiça alheia? Fugir quem sabe eu tentaria se não me aprisionasse com seus encantos e a promessa de que mil segredos daria mil a serem revelados; oh! Como eu desejei fingir e até mesmo forjar esse sentimento mais falhei apenas ao ouvir a sua voz afável óh Helena porque abriste as portas para aventura e o tormento vim me visitar?
Como és bela óh Helena! Os homens choram por não te conhecerem. Deixaria o meu coração entregue em suas mãos ainda que nunca mais ti visse, ainda que no soar de sua voz não cause mais efeito ou que ninguém ouça o seu falar ainda assim escutaria o pulsar do seu coração compondo a mais bela de todas as melodias; Oh! Helena és obra engenhosa esculpida pelas fabulosas mãos do Criador; Nenhum poeta jamais escreveu uma linha si quer a seu respeito, por não ter encontrado palavras para expressar um verso apenas; Nem pensadores nem sábios nem heróis balbuciaram uma frase apenas sobre ti. Apenas eu quem sabe num eterno desvario tentando compensar os infortúnios e as desventuras decretadas pelo destino consegui no ápice de minha loucura separar algo que não fosse insano e escrever sobre você ao ter ti amado na primeira vez que ti encontrei; Oh Helena...
Elmor R. Guedes
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